
"Quando me encontrarem será tarde, para qualquer outro desfecho diferente deste, em que o luar se esbate sobre as laminas ensanguentadas em cima da minha cama."
Abril de 2008 em quarto 210

"Há corações no chão do meu quarto, caídos em outras noites, bem mais escuras e frias que esta, em que as manhas tardaram a surgir, deixando assim o monstro acordado tempo de mais."
julho de 2008 em choveu
quarto, chuva, silencio, noite

"Continuo a queimar histórias de amor para iluminar os meus serões, também por uma questão de arrumação… Sentado faço a minha higiene emocional, como se depilasse o coração duas vezes por mês."
outubro de 2007 em choveu

skin por Headlight Productions.
imagens de Shagagraf
Todos os textos são de minha autoria, se os utilizar, por favor faça referencia ao autor dos mesmos e ao blog.
Loop
Porta trancada.
Sem pisa-papéis
As folhas em que escrevo teimam em voar assim que levanto a caneta, desaparecem janela fora não deixando qualquer rasto da sua curta existência.
Os esboços não passam de palavras nuas de sentimento que se revelam impotentes perante o vento da memoria, que leva para além do esquecimento folhas rabiscadas de vazio.
Assim é, desde que a dor me abandonou numa qualquer manhã de Janeiro levando com ela o pisa-papéis da tristeza.
Perfeito.
Deves ter deixado levar-se por esses ventos repentinos...
Não escreveste mais.
=(
já passou mais de um ano...still waiting
Os peixes não voam!
Assim que entras sentes a densa dor que respiro... Lentamente, a culpa e a vergonha invadem os teus pulmões, destruindo cada pedaço de cada célula do teu corpo ...
Ai estás tu, desprezível peixe! Sucumbes a meus pés em espasmos desesperantes, olhas o céu invejando os pássaros púrpura que sobrevoam o limiar da minha consciência... Nada farei por uma criatura ciumenta como tu, deixo-te desprezado esperando a morte enquanto te engasgas na realidade que os teus olhos vêem mas não entendem.
Não peixe, não te vou ensinar a voar!
Consideração a mim mesmo.
Apago frases atrás de frases, apago parágrafos inteiros... sentimentos de autenticidade duvidosa que a censura do meu ego extermina no premir de uma tecla. Refugio-me em reticencias, quais gritos mudos abafados pelo medo de cair no ridículo... pelo medo de cair.
Do fundo da letargia, surge agora uma nova vontade de pegar nos destroços e voltar a erguer nova torre no local onde outras outrora foram erguidas...
Para tal, será necessário invocar a besta doentia que baila por entre as sombras mais negras da noite, aquele delicado e sádico ser que procura o cheiro do sangue onde se irá banhar.
Para tal será necessária a libertação do louco depravado que se masturba para cima das flores que oferece, infame desajustado que sonha perverter as mais inocentes e castas almas.
Para tal será necessário ressuscitar o poeta melancólico que apenas acredita no amor quando sente a dor que tal sentimento gera, o poeta que apenas lava a cara com o seu pranto.
É gente a mais penso eu... talvez noutro dia ... noutra noite
apesar de uma leitura carregada e escura adorei o texto e a mensagem apesar desanimada fica a esperança de dias belos virão
obrigado
palavras começadas por D

As horas passam enquanto fito o tecto que insiste em não cair e esmagar-me os sonhos... o sangue corre lento pelas veias... o ar entra e sai como se eu não tivesse morrido ontem.
Deixa o tempo passar que ele cura as feridas, dizeis vós... E o vazio? O vazio que aumenta a cada vez que inspiro, a cada vez que sonho, a cada vez ...
... a cada vez que Morro!
Parou de chover...
Resta o vento a dançar com as árvores semi-nuas que escondem o meu rosto no vidro da janela. Com os olhos ainda inchados digo bom dia á dor, pergunto-lhe se dormiu bem no meu peito, se não teve frio naquele enorme vazio.
O sol não tardará a nascer, um novo dia, uma nova ilusão que corrompe mente e corpo... que liberta o monstro em mim...
uma linguagem que prende,fluxo leve e doce ,mas de um sentido tão frio não gostaria que meu filho escrevesse assim amargo com se cada dia fosse o carregar e o despojar de uma mortalha,sem sorriso sem beleza, escreve redondo num fluir que prende e que doi imensamente não queria ter um filho tão triste e tão namorador da morte, tão aprisionado no seu triste goismo de só se enxergar dentro ou fora de seus monstros...triste
Arriscar escrever... Arriscar sentir...
Talvez seja melhor não escrever... Evitar que sejam em vão todas as linhas escritas sem paixão... Evitar que sejam falsos todos os textos em que é exaltado o amor que em mim não habita.
Mas hoje, decidi arriscar... Arriscar ver nascer o dia sem saber se o sol me virá visitar... Arriscar conhecer o desconhecido... Arriscar sentir o não sentido....
Arriscar escrever. Arriscar sentir.
Arrisco?
Eu digo sim.
A vida por si é um risco! Aproveita.
E quanto às tuas palavras, mesmo sem paixão há sempre quem as goste de ler!
Kiss kiss
pensei na morte.
E quando o tempo se arrastar até ao dia em que não existirá mais espaço para qualquer temor da morte, eu saberei que estou preparado para tudo o que daí advenha.
Será fácil a entrega do leme do navio ao acaso. Navio que ruma ao cais de um destino incerto, onde se escondem maravilhas que só o ser mais livre e mais puro pode um dia alcançar
E saberei, que daí em diante só a verdade terá lugar na minha vida, saberei que a sofrer não será mais que um verbo que apenas poderá ser conjugado no pretérito mais que imperfeito que todos os amores que viver até então.
O dia em que eu morrer, será o dia em que Eu darei inicio a uma nova jornada na memoria de cada um de vocês que um dia me conheceu.
E esta é só mais uma forma inútil de me despedir do mundo antes de tempo.
Espero que estejas a pensar na morte "certa" :) *
só existe uma morte, e é aquela que é certa como destino
vamos todos morrer velhinhos, com 85 anos, com muitos netos e a rirmo-nos do Sporting-Benfica de 28/11/09. Não sejas tão Emo. A vida é simples, nós é que a complicamos.
Complicado?!? queres visão mais simples que aceitar a morte?
é de morte que escrevo
Narro o deixar de existir para além da memória e do sentimento, pois é aí que o fatídico escorrer dos dias acaba por extinguir qualquer verdade ou mentira que pudesse significar algo mais que um ultimo suspiro.
É o extinguir de um fogo, que outrora brilhou mas agora não passa de cinzas entre corpos mutilados e quimeras incineradas. Não sobrou nada mais, todas as frases escritas foram também elas riscadas e apagadas e finalmente queimadas junto com todo o amor que eu guardava comigo.
Pode agora vir, inocente e triunfante, a noite. Para que possa finalmente dormir.